terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

O Inferno São os Outros


Hoje eu estava pensando naquela famosa frase: “Sua liberdade termina onde a minha começa”.

Pra eu entender essa frase, eu tive que me submeter a algumas reflexões. “O que é liberdade”?

Muitos encaram a liberdade como o agir desprendido de restrições e regras, mas essa não é a real liberdade, a que vivenciamos. A liberdade é a existência de escolha dentro de determinadas regras ou restrições.

Às vezes eu mesmo me confundo com essa minha conclusão. Mas eu percebo as liberdades pessoais como coisas que coexistem e não como coisas que se limitam.

E de certa forma, o “homem foi condenado a ser livre”. Liberdade traz responsabilidade.

Nossas escolhas repercutem de alguma maneira em alguma coisa, sempre. As leis só cuidam para que nossas escolhas não influenciem na liberdade de escolha das pessoas que nos rodeiam. E é isso o que angustia o homem que se vê no constante estado de escolher, e o que o leva à inércia, mesmo esta sendo uma escolha – a escolha de não agir.

Infeliz (ou felizmente?), e obviamente as sociedades mais presas as regras são as que mais prosperam afinal as “limitações sociais” provavelmente foram criadas com o propósito de organizar e tornar uma ‘coletividade’ produtiva. O ser humano que tem o maior leque de escolhas tende a escolher o caminho errado. Que surpresa.

Eu me sinto incrivelmente contraditório quando eu me proponho a envolver-me nesses assuntos existencialistas. Eu acredito que o homem devia ser o mais livre possível, mas isso nunca vai ser uma realidade, já que o ser humano por natureza abusa de tudo que lhe é concedido.

Eu encaro o livre arbítrio como uma maldição. Eu posso dizer que eu gosto muito da minha liberdade limitada de escolhas, mas sempre vai ter gente que não vai saber usá-la. É aí onde entra os conflitos, a sede de poder, e o mundo repleto até a borda de lixo? Acho que sim.

Mesmo assim, o ser humano nunca vai estar em consenso enquanto não tomarmos todos as decisões corretas, e por que somos por natureza diferentes; Além do termo “existência” tenho lido bastante o termo “essência”, que implica na personalidade que vamos adquirindo, modificando e aperfeiçoando de acordo com cada uma de nossas decisões. E, bem, sempre tomaremos um caminho diferente do outro.

Então, até onde eu posso encarar que eu sou livre para fazer o que eu quero? Até onde eu posso usar, enfim, o termo “liberdade”?

O ser humano é livre por que ele detém o livre arbítrio?

Talvez essas perguntas não sejam tão importantes. Talvez o que nós devemos nos ater a pensar seja no que fazemos com nossa ilusão de liberdade, por que um dia inevitavelmente vamos ter todas as respostas.

Aliás, vamos?

4 comentários:

  1. o caso é, eu nunca entendi o que quer dizer realmente a palavra libertade. Hoje em dia, se eu for me candidatar a um trabalho onde vou ter que lidar com varias pessoas diariamente, minhas chances serão desfavorecidas se eu tiver um pircing ou tatuagem visivel, mas pq? eu não tenho a liberdade de fazer qualquer arte com o MEU corpo? mas quando paro pra pensar isso implica a liberdade daqueles que não gostam mas ainda sim é o meu corpo e as decisões pelo que faço ou não com ele são minhas. Isso tudo é muito complicado, ninguém é igual a ninguém então não temos um padrão de certo de "normal" mas ainda sim não me considero normal e acho que ficaria horas pensando sobre esse assunto e horas escrevendo esse comentario, então vo encerrar ele por aqui. gostei muito desse post, achei um dos melhores mesmo, um assunto intrigante. beijo

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  2. Bruno akie.
    Bem, assim como o sábio jean-jacques Rosseau dizia em seus nobres pensamentos que inspiraram a tão honrada e citada 'revoluçao francesa' todo homem tem o direito de 'liberdade, igualdade e fraternidade', sim, todos temos esse direito, mas até onde iria a liberdade de um cidadão que não está totalmente são pois consumiu uma quantia alta de alcool ? simples, este cidadao não respeitaria a liberdade de ninguem, e estaria contradizendo as palavras de Rosseau, por isso foram criadas as leis, para impedir que a liberdade chegue á um ponto intolerante, assim como voce disse no começo ' a sua liberdade termina onde a minha começa', metaforicamente falando é como se voce fosse o 'rio', as leis fossem as 'margens do rio'e a 'outra pessoas' fosse o termino do rio, ou o outro rio onde este mesmo rio acaba. Bem pelo menos é isso que eu entendo como liberdade, abraços marcos, ótima questão levanda por voce.

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  3. A liberdade, na minha concepção, é o maior direito que um indivíduo pode possuir. Liberdade para ser, liberdade para fazer, liberdade para expressar...
    O ponto fundamental no que diz respeito a esse direito é forma como ele é usado. Nós vivemos em sociedade e isso é contraditório, pois a essência do homem é o egoísmo, então como viver em comunidade quando o que eu realmente quero é que tudo aconteça em meu benefício?
    Nesse ponto o homem criou as leis ou limitações. Limitações impostas por entidades "superiores" e limitações auto-impostas.
    Essas limitações agem no sentido de assegurar que a liberdade demasiada não fira o direito alheio, no entanto essas limitações também não podem ferir o meu direito de liberdade.
    Para que haja o equilíbrio entre essas duas forças, o entendimento sobre o que é liberdade e quais suas conseqüências tem de ser completo.
    Dessa forma, tanto eu como você, saberemos como usar corretamente a nossa liberdade.

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  4. Bom, a liberdade real só existiria se você vivesse num mundo onde só possuísse pessoas iguais a você...
    E você gostaria disso?! Acho que não...
    Então o que nos resta é aceitar a "liberdade" que nos foi proporcionada, ou então viver trancado em um mundo onde só nós vivemos...

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