sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

Arma de Alienação em Massa


O mundo sempre foi dividido entre os que manipulam e os que são manipulados, o que se repete na atualidade.

Não canso de dizer que estamos desaprendendo a pensar. Pra que pensar, afinal, temos quem pense por nós! A alienação é confortável, pois enquanto vivemos na ignorância não temos o que temer. O conhecimento traz, sim, responsabilidade.

Nos tempos modernos, a maior arma alienadora já criada está desempenhando bem o seu papel: A mídia.

A mídia nos dita o que fazer, como fazer e quando fazer; O que vestir e em que ocasião. E o que ainda me surpreende: Tem pessoas que fazem o que a mídia manda!

Eu vejo hoje vidas girando em torno da televisão, matando seus neurônios de graça, rindo de um humor deplorável e vivendo junto de personagens de tramas medíocres.

Não gosto de me deter em exemplos, mas não podia deixar a oportunidade passar:

O que vem a ser o Big Brother? Assumo que quando a televisão está ligada na sala, e eu não estou no humor para contrariar os que estão vendo, eu assisto. Mas não dá para entender como para algumas pessoas é sagrado acompanhar a vida de uma dúzia de animais de zoológico cujos músculos abafaram o cérebro.

A mídia há muito tempo deixou de ser uma ferramenta exclusiva de disseminação de informação, na verdade não sei ao menos se um dia já foi. Hoje o que vemos nos telejornais são versões distorcidas da verdade, e modificadas de tal modo que beneficiem alguns poucos. Vemos o que alguns querem que vejamos.

Seja politicamente ou financeiramente falando (ou de ambos os modos) sempre somos sutilmente (ou nem tão sutilmente assim) influenciados pela televisão, pelos jornais ou revistas, e nem sempre baseado em informações comprometidas com a verdade. Ligamos a televisão e o que vemos são programas sensacionalistas que aumentam os fatos que vêm a ser conveniente aumentar, e suprimindo o que é realmente importante. Mas estamos num estágio tão avançado de alienação que é isso que nos agrada; Ver selvageria, confusão, desgraça alheia, enquanto poucos se interessam realmente pela corrupção, ou quaisquer outros assuntos que deveriam ser do interesse de todos.

Por que vemos cada vez menos as pessoas lendo livros? Quais são as expectativas de sucesso profissional de uma pessoa dessas?

Mas antes ser analfabeto do que não ter uma televisão, não é mesmo? Quer previnir o suicidio coletivo de seus neurônios? O primeiro passo pode ser dado se você seguir um simples passo: Joga fora a tua televisão.

Eu não sei onde isso vai parar. Vejo cada dia mais surgindo novas tecnologias, muitas dessas da classe das que nos tornam dependentes.

O que eu posso concluir é que quando nos incentivaram a parar de pensar, demos o primeiro passo para gerarmos uma sociedade que não conseguirá fazer nada por si mesmo, nunca mais.

segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

Conjugando o Verbo Mentir



Eu me sinto deslocado nessa peça de teatro que alguns chamam de vida. Talvez eu não queira ser mais um deles, vivendo suas vidas milimetricamente calculadas, sendo espectadores de seus próprios concertos.

Talvez eu não queira vestir a máscara que todos usam, talvez eu não queira ser só mais uma peça de um jogo, controlado por aqueles que sabem mentir melhor. E se eu quiser saber quem eu sou?

Talvez eu não queira saber mentir. E se eu não quiser mentir?

Eu tenho medo, tenho medo de ser a única pessoa do mundo que não sabe fingir. Tenho medo de não conseguir fazer a diferença, tenho medo de não conseguir gritar acima dos murmúrios da multidão.

Talvez eu não queira viver em um mundo onde mentir se faz necessário para sobreviver.


“Keep you in the dark, you know they all pretend.”

domingo, 24 de janeiro de 2010

O Fim do Gelo


É fato: O aquecimento global está derretendo as geleiras e as calotas polares. Mas ninguém imaginava que isso ocorresse com tanta rapidez.

Das mais altas montanhas aos pólos, o planeta vem perdendo o seu gelo permanente com velocidade incrível. Não surpreende o fato das geleiras estarem derretendo em virtude do aquecimento ocasionado pela emissão de gases, lançados na atmosfera causando o efeito estufa. O que intriga é que, nos últimos tempos, a redução do gelo vem ocorrendo em ritmo mais rápido que o progressivo aumento das temperaturas.

Os cientistas contestam que os mantos de Gelo são muito sensíveis. Em vez de sofrer derretimento lento e constante, parecem implicadas em um processo que se auto-alimenta, o que nos leva a crer, que por exemplo, a maioria das geleiras nos Alpes pode desaparecer até o fim do século.

È fato também que com o encolhimento do gelo na Groenlândia e na Antártica, a superfície dos mares subirá provavelmente até 6 metros, inundando regiões litorâneas e mudando totalmente as paisagens.

O clima da Groenlândia vem se tornando mais quente de modo perceptivo. No inverno, as temperaturas na estação de pesquisa científica de Konrad Steffen subiram cinco graus desde 1993.

No mar, as profundezas intermediárias do Atlântico também registram um aumento de temperatura da ordem de vários décimos de grau, de modo que todo o gelo flutuante da Groenlândia pode desintegrar-se.

Quando se olha para um mapa é fácil notar por que o manto de Gelo da Groenlândia é tão vulnerável: A sua extremidade meridional não está mais ao norte que Anchorage ou Estocolmo, locais onde não há geleiras. O gelo da Groenlândia é um resquício da última era glacial, sobrevivendo apenas por ser maciço o suficiente para produzir seu próprio clima.
No ar rarefeito dos Andes, não há duvidas; Ali, o destino do gelo é evidente. Uma comparação minuciosa revela que metade das geleiras dali sumiu nos últimos 20 anos, causada por uma seqüência abrasadora de El Niños, o fenômeno de aquecimento das águas do pacífico. Ele se tornou bastante freqüente com o aquecimento da atmosfera, e desequilibra o clima global, reduzindo muito a queda de neve nos Andes Tropicais.

Entretanto, especialistas afirmam que podemos estancar os problemas se acabarmos com o uso de combustíveis fósseis e carvão, ou os danos serão irreversíveis.


P.S.: Eu achei um punhado de trabalhos que eu fiz pro meu professor de Geografia, achei que cabia postar aqui... São coisas interessantes (ou não), mas tudo bem.

quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

Revolta Pós-Moderna


Estou cada vez mais virando um adepto do ócio. Às vezes passo tardes inteiras jogado no sofá da minha sala com os pés pra cima, All Stars surrados, calças rasgadas e uma expressão de tédio no rosto, e isso já gerou comparações (errôneas?) ao grunge.

Toda a minha vida eu fui adorador do Rock Grunge, - meu computador é impregnado de Pearl Jam, Nirvana, dentre outros – e ultimamente (meio que involuntariamente) meu modo de vestir e de agir tem se modificado.

Acho que atualmente eu tenho entendido também o que significa o movimento grunge, e por que ele me tocava mesmo se eu entendê-lo perfeitamente.

Quando ele surgiu, estava meio implícito uma forte sede de ser livre, o que a época dos anos 80 pedia. As músicas eram impregnadas de questionamento, e até das que faziam pouco sentido se captava uma angústia oprimida, pedindo pra ser liberta.

O que eu mais gosto nas músicas do Nirvana, por exemplo, é o minucioso descomprometimento com a sociedade, e suas pesadas críticas a ela. They just didn’t care. Mas ao mesmo tempo em que aparentemente não se importavam com nada, ardia no seu âmago uma imensa vontade de sair por aí questionando as regras da sociedade, por que suas idéias deviam ser reprimidas, e por que o país deles era como era. Eles eram revoltadinhos mesmo, quando queriam, mesmo que geralmente isso pendesse pro lado da anarquia e a marginalização.

O movimento grunge foi revolucionário no sentido de “mudou alguma coisa”? Não... Mas poderia ter mudado muito.

Os caras-pintadas no Brasil, não são o símbolo de uma juventude reprimida que ansiava por liberdade? Aqueles caras tinham coragem, aqueles caras realmente foram revolucionários; Por que eles tinham muito que questionar, questionaram e causaram impacto. Mudaram alguma coisa.

Não seria ótimo na atualidade um movimento como esse? Uma juventude com cérebro instigada a pensar? Uma juventude preocupada com causas sociais? Uma juventude com garra o suficiente pra fazer alguma coisa?

Mas por que vemos cada vez menos protestos ou qualquer outro tipo de mobilização pública racionais? As que vemos hoje em dia são baseadas em praticamente nada e feitas com o objetivo de tumultuar, vandalizar. Por que a juventude de hoje é tão pobre em valores?

E olha que o que não falta no mundo hoje são coisas a serem questionadas. As pessoas não notam o poder que elas têm quando se unem.

Mas enquanto as pessoas não se tocam, eu sigo aqui, deitado no meu sofá tentando ser um grunge-poser, por que mesmo se eu tentasse ser grunge atualmente, ou pintasse minha cara e saísse pra rua, não ia adiantar em droga alguma.

segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

A Filha do Vento



Em um momento ela estava ali, no outro ela já havia sumido. Ela costumava se esconder na planície ventosa no fundo do abismo que a separava de minha sanidade.

Ainda podia vê-la, rodando sua saia com seus cabelos misturando-se à noite, seu corpo à deriva como tudo à sua volta.

Eu queria gritar seu nome, mas eu já não lembrava mais dele, e os que me ocorriam soavam etéreos demais para ela que mesmo tão longe era tão real.

Ela ainda estava rodando sua saia quando choveu. E mesmo com o cabelo em seu rosto e as roupas pesadas, ela continuou dançando.

Sorri ao notar que não devia chamá-la. Pois sua vida sempre foi à deriva e sempre seria. Era ali onde ela pertencia, onde o vento nunca pararia de soprar.


“And so it is
just like you said it should be
we both forget the breeze
most of the time.”

sábado, 16 de janeiro de 2010

Quando se Quer Acreditar em Deus

Foto: Marcos Haas

Mais de uma vez ao abrir a porta de casa para a calçada, e sentir o ar frio no meu rosto e o vento bagunçando meu cabelo eu senti um aperto no coração. E então, com as barreiras da minha sensibilidade um pouco abaladas, vejo uma singela flor. Ela não tem algum cheiro que eu possa captar, ou uma beleza singular, mas é perfeita. Quem quer que tenha feito ela tinha bom gosto.

Então eu entro em conflito comigo mesmo. Como a natureza conseguiu fazer uma coisa dessas? Eu não consigo imaginar uma folha sequer como um tecido cuja função é fazer a fotossíntese.

Eu só consigo imaginar que o responsável por tudo isso é Deus.

Pra um garoto de 14 anos, eu sou bem resoluto acerca de minhas crenças: Sou espiritualmente independente. Mas às vezes parece que eu estou oscilando entre o Cristão e o Ateu.

Eu não deixo de pensar às vezes que é errado pensar o que eu penso, ser o que eu sou, eu não posso impedir aquela fagulha lá no fundo da minha mente dizendo “Converte-te”.

Mas antes ateu do que hipócrita. Minha mãe ainda diz pra eu visitar a igreja pelo menos um domingo por semestre. Mas será que isso ia me ajudar ou me fazer sentir pior? Eu ia me sentir um mentiroso, isso sim.

Tentando ser claro sobre o que eu acredito, eu acredito em um Deus. Não costumo chamá-lo de Deus, o chamo de “força superior”. Eu sei que algo a mais existe, mas não sei se existem palavras pra descrevê-lo. E também acredito que ele não influencia em quase nada na nossa vida.

Qual é a noção de acreditar em um Deus que está anotando tudo o que você faz ou pensa, e no dia em que morrer você vai ser julgado e mandado ou pro sofrimento ou pro ócio eterno?

Qual é a noção de acreditar em um Deus que vai fechar as portas do paraíso na sua cara, mesmo você tendo sido uma pessoa boa a vida inteira, só por que você deixou de ir na igreja ou por que você ama alguém do mesmo sexo?

Qual é a noção de acreditar em um Deus que é puro amor mas mesmo assim exterminou a humanidade na antiguidade com um dilúvio, destruiu colheitas, matou todos os primogênitos do Egito, e não cansa de dizer que a mulher devia ser submissa ao homem?

O pior ainda são argumentos de alguns fieis mais convictos (leia: fanáticos). Quando eu os questiono sobre o porque da fome na África, eles respondem que é um “teste divino”. Quando eu os pergunto por que Deus não simplesmente aniquila as pessoas más eles respondem que “Deus nos deu o livre arbítrio para fazer o que quiséssemos com nossa vida. Se há pessoas ruins, elas são ruins por escolha própria”. O mais foda ainda é quando há algum desastre natural, por exemplo, e eles não hesitam em dizer que é “castigo divino”.

Porra, que Deus é esse que não conjura comida pra uns pobres coitados que não fizeram nada de errado pra ninguém, mas deixa milhares de pessoas morrerem por que um dia alguém acordou com vontade de ver como a bomba atômica funcionava? Quer dizer que castigar é com ele mesmo, mas quando se trata de aliviar a dor ou proteger, ele não pode fazer nada?

Eu não sei se eu quero acreditar que Deus está guardando um lugar no céu pra mim por que eu fui à igreja todo o santo domingo, e então um dia eu levo um tiro na nuca e descubro que tudo o que eu acreditei a minha vida inteira foi uma mentira.

Preciso falar sobre a bíblia sagrada? Preciso falar que ela é uma compilação de informações convenientes para alienar os fiéis? Acho que não.

Acredito em Jesus. Acredito que ele existiu, foi um grande cara, falou coisas bonitas e que realmente acreditava ser o filho de Deus. Mas agora, se ele realmente era, e era capaz de realizar milagres, é uma coisa que eu duvido bastante. Até agora ninguém me deu uma prova razoável que me faça acreditar nisso.

Suponho que a religião é uma coisa necessária para a sociedade, para cada um de nós. Cada vez menos, já que eu vejo meus amigos com pensamentos semelhantes ao meus, e isso tende a crescer. Mas o porquê dessa necessidade eu não saberia explicar, sabendo que envolve raízes históricas e confins mentais mais complexos do que eu posso entender sem uma faculdade.

Não sei se me dá pena ver pessoas cegas por uma religião. Não sei se eu sinto pena de mim mesmo por não ter uma religião a qual eu me firme. Às vezes eu fico pensando, quando eu estiver no meu leito de morte, eu não vou ter esperança quanto reencontrar meus familiares e amigos que foram antes de mim... Eu vou encarar o fim da linha. Talvez eu vá ter uma surpresa boa no dia da minha morte, ou talvez não. Não vou saber até morrer.

Acho que invejo as pessoas que sabem, ou acham que sabem que vão pro céu. Acho que até o dia da minha morte vou acabar me convertendo. Tenho muito tempo para aprender sobre a vida, tenho muito tempo para solidificar minhas convicções.

Eu só quero ser livre para tomar decisões que fujam do padrão cultural sem ser condenado. Eu só quero ter certeza.

quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

Razões Para Fazer a Minha Parte

Foto: Mariana Pasinato


Acordei com uma dúvida em mente. Essa dúvida em especial, parece que estava latente há algum tempo em minha cabeça, só esperando pra assumir controle dela e atormentar meu dia.

A primeira frase que proferi assim que acordei foi: - Quando raios o mundo vai ter paz?

Esse papo pacifista nunca foi uma característica minha, convivo muito bem com a guerra, já que vivo bem longe dela. Eu sempre deixei bem claro pra mim mesmo que eu não tenho como ajudar as pessoas que morrem de fome e eu não posso cessar a guerra com a minha boa vontade, então pra que ter boa vontade?

Eu não sou frio, ao contrário do que parece. Também não sou acomodado, tampouco cego. Sei que há muita coisa que eu podia estar fazendo, mas não faço.

Mas o problema é que mesmo se eu ajudasse os outros, mesmo se eu dedicasse minha vida inteira a ajudar gatinhos a sair de árvores, ou abrigasse quinhentas crianças desabrigadas no sótão da minha casa, eu não estaria fazendo o suficiente. Por quê? Porque as outras pessoas não fazem nada.

Sei que muitas pessoas que não se mobilizam, não se mobilizam com esse mesmo pensamento, e eu faço parte dos “outros” que deveriam desencadear a corrente da boa-ação pra elas. Mas não sou bom o suficiente, não sou forte o suficiente.

O que o mundo está precisando é de um choque de realidade: A gente não sabe se existe um paraíso, nós raramente conseguimos o emprego de nossos sonhos, nós nunca vamos casar com a Angelina Jolie e a guerra é a única verdade que o ser humano conhece desde os seus primórdios.

Em passos lentos, eu vejo que algumas pessoas estão suprimindo seus instintos selvagens com o passar do tempo, mas há outras não tão distantes que a instigam cada vez mais.

O papo político a seguir também não é característico meu, mas eu especulo que está por vir um líder que irá dar esse choque de realidade em nós. Precisamos de alguém com compaixão que consiga mobilizar as massas, que não esteja interessado apenas em benefício próprio. Usando uma metáfora questionável, precisamos de um ferreiro que não tenha medo de usar o fogo para transformar o metal em algo mais bonito do que uma espada.

Eu gostaria de citar Shakira, (parece uma citação meio estúpida nesse assunto, mas ela é incrívelmente sensibilizada quando se trata de guerra e miséria humana, e ela é uma das pessoas que fazem algo para o mundo melhorar) quando ela disse a seguinte frase no seu discurso em Oxford:

“This is the way I want young people of the year 2060 to see us: That our mission for global peace consisted in sending 30.000 educators to Afghanistan and not 30.000 soldiers.” (É assim que eu quero que a juventude de 2060 nos veja: Que nossa missão pela paz global consistiu em enviar 30.000 educadores ao Afeganistão e não 30.000 soldados.)

A gente consegue deduzir algo gritante no que ela disse: Educação é o primeiro passo. Concordo plenamente.

A primeira coisa que eu penso quando eu ligo a TV e vejo um repórter falando sobre um homem bomba, ou sobre um piloto que jogou seu avião contra o World Trade Center, é “Que gente ignorante”.

Se elas tivessem um pouco de instrução, se eles soubessem pensar por si próprios, eles não iam sacrificar a sua vida, nem que fosse pelo “bem maior”. Ninguém nasce destinado a morrer daquela forma. Não há Deus bom que mande seus fiéis se matarem e matarem milhares de pessoas. Ah, não precisamos ir tão longe para os países muçulmanos, é só dobrar a esquina. Não há Deus bom que mande seus fiéis enriquecerem seus pastores e passarem necessidade porque 10% do seu salário humilde tem de ser entregue a um homem que faz sua fortuna encima de pessoas ignorantes.

Ignorância é algo que me deixa profundamente irritado, porque eu sei que morrer ignorante é voluntário, pelo menos no Brasil. Eu não quero superestimar a educação nacional, mas eu posso dizer que há condições de uma pessoa completar o Ensino Médio, é só ela ter uma coisa que é rara de se encontrar no século em que a humanidade resolveu dormir até mais tarde: Determinação.

Mas o que eu sei sobre determinação? Aliás, o que eu sei sobre tudo isso que eu escrevi? Durante toda a minha curta vida fui um garoto mimado de classe média alta, que tive quase tudo o que quis. Não passei fome, não passei frio, não conheço a guerra. Mas talvez minha posição de observador tenha me propiciado essa visão que eu tenho agora, e me permita fazer uma previsão incerta:

Só teremos paz quando soubermos pensar sozinhos, quando desenvolvermos uma compaixão incondicional, quando pararmos de matar por um Deus ou quando TODOS pararmos de escrever textos bonitos, nos levantarmos da poltrona e ir lá pra rua, ir pra vida fazer algo que presta.

Dê uma olhada pra cada lado, sempre há algo a fazer. Tire os gatinhos de cima das árvores, bota o papel de bala no bolso e espera chegar em casa pra botar no lixo, não mate, não roube, seja paciente com os mais velhos, não beba e dirija, use camisinha, se drogue com moderação.

Exceto o último item, você já deve ter ouvido tudo isso na escola e não deu muita importância. Isso não traz a paz, traz? Mas à cada pessoa que segue esses conselhos estamos um passo mais perto dela.

Talvez a humanidade nunca veja a paz. Talvez a humanidade esteja fadada a perecer na guerra. Não que eu acredite em destino, sei que quem faz nosso destino somos nós mesmos, mas aí é que está: Nós escolhemos isso, e vamos arcar com as conseqüências se algo não for feito, e rápido.

terça-feira, 12 de janeiro de 2010

2010?!


Fala sério! Quer dizer que eu já vivi em três décadas diferentes? Eu já vivia bem complexado por ter nascido no milênio passado.

Acho que não tenho muito que esperar de 2010. Eu prevejo outro ano chato, com sonhos que não me vão deixar completar ou que eu não vou conseguir por mim mesmo.

Mas eu tenho que terminar meu livro. Faz três anos que eu ando trabalhando nele, mas apenas um que eu tenho escrito pra valer. Eu acho que isso já é mais do que eu posso planejar pra esse ano que recém começou.

Ah, e feliz ano novo pra todo mundo, mesmo já fazendo um tempinho que ele começou.

Não sei exatamente por que eu estou fazendo esse blog. Talvez seja uma imensa necessidade de me expressar, que eu não consigo saciar ao longo do meu dia. Puxa, prevejo tanta bobagem saindo dos meus dedos...

De qualquer jeito, Enjoy (;